quinta-feira, 28 de março de 2013

Mensagem não filosófica, talvez lógica, para a Páscoa.


Mensagem filosófica para a páscoa.

 
Immanuel Kant

     Época de páscoa para as pessoas mais sérias é um período de reflexão e humanismo. Sim, as pessoas revivem a paixão (sofrimento) de Cristo e celebram seu exemplo de humildade e caridade. Nobre, concordemos, e essencial. Entretanto é lamentável que tais valores só venham a tona nesta época do ano, quando são lembrados. Mas, perguntaria o leigo em filosofia, ou  o pio cristão: só existe a motivação religiosa para o espírito de cooperação, agir ético e humanista na sociedade?   

       Os estudiosos do pensamento humano diriam que não. Deixamos, portanto, um exemplo de que há propostas de um modelo de vida humanista baseado no pensamento racional. Estamos falando da ética, mais específicamente a de Immanuel Kant, que nos disse:

 

      Age somente, segundo uma máxima tal, que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal.

 


Feliz páscoa?


    Essa seria uma postura que garantiria uma humanidade mais justa e menos desigual. Ou seja, segundo Kant deveríamos agir de uma maneira tal que, se todos fizessem o mesmo, a paz, a ordem, o convívio social estável e feliz não seja abalado. Seguindo essa máxima filosófica também podemos obter uma sociedade justa e humana.
 


terça-feira, 26 de março de 2013

Como ler um texto científico.

Olá galera. 
Esta semana, bem como todo o período que decorreu até aqui, venho falando da importãncia de saber ler um texto científico. Trabalhamos este aspecto em sala de aula e nas avaliações. Bem, ironicamente trago aqui um vídeo para tentar auxiliá-los nesse processo. O vídeo trata da leitura de um "artigo" cinetífico, o que acaba dando na mesma. Espero que aproveitem.


quarta-feira, 20 de março de 2013

Não existe uma boa sociologia sem história

 

Não existe uma boa sociologia sem história - Hélio Jaguaribe 

Como descrever o Brasil? A pergunta pode parecer atual, mas ocupa há mais de 50 anos o pensamento do cientista social.
por Leonardo Pimentel
   
Membro da Academia Brasileira de Letras, o cientista social Hélio Jaguaribe participou da fundação do Iseb e foi um dos grandes pensadores do nacional-desenvolvimentismo
Como descrever o Brasil? A pergunta pode parecer atual, mas ocupa o pensamento do cientista social Hélio Jaguaribe há mais de meio século. Na década de 1950, diante da necessidade de repensar as relações sociais no país e prepará-lo para o desenvolvimento, ele participou da fundação do Ibesp e do Iseb, dois dos mais importantes núcleos de pensamento político, econômico e social do período. Após condenar publicamente o regime militar instaurado pelo golpe de 1964, lecionou em importantes instituições estrangeiras, entre elas a Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Secretário de Ciência e Tecnologia do governo Collor, em 1992, Jaguaribe é hoje decano emérito do Instituto de Estudos Políticos e Sociais (Ieps) e membro da Academia Brasileira de Letras desde 2005 – onde sucedeu o economista Celso Furtado – e vem se dedicando nos últimos anos a trabalhos mais abrangentes, como os dois volumes de seu Um estudo crítico da História e, mais recentemente, O posto do homem no cosmo, marcadamente influenciado pela filosofia. Mas isso não diminui suas preocupações quanto ao futuro do país, especialmente por considerar o Brasil excessivamente dependente do mercado financeiro internacional. Para falar sobre sua visão da história, que considera fundamental para a sociologia, e, claro, sobre política e desenvolvimento, Jaguaribe, que hoje tem 83 anos, recebeu a equipe de BrHistória em seu escritório no Ieps, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro.

BrHistória – O senhor participou da formulação do pensamento nacional-desenvolvimentista dos anos 50. Hoje a questão está na ordem do dia. É possível comparar o desenvolvimentismo nacionalista daquele período com o atual?

Hélio Jaguaribe – Para analisar o pensamento nacionalista de hoje, temos de levar em conta as modificações que ocorreram no mundo no final do século XX. Acredito que não se possa falar mais de um “nacional-desenvolvimentismo” porque a base nacional se tornou insuficiente para um país se tornar auto-sustentável. Diante do processo cada vez mais acelerado de globalização e do unilateralismo imperial americano, vivemos uma situação na qual os países subdesenvolvidos – e entre eles eu incluo o Brasil – estão perdendo as condições de ter um destino histórico isolado. Eles tendem, num prazo não muito longo, a se tornar meros segmentos indiferenciados do mercado internacional, dominados internamente por multinacionais e externamente pelos Estados Unidos.
BH – Como se dá essa dominação externa?

HJ – O império americano, ao contrário de impérios clássicos, como o romano e o britânico, não se caracteriza pela formalização de seu predomínio. Ele atua de modo muito semelhante a um campo gravitacional, usando uma série de constrangimentos – econômicos, financeiros, tecnológicos, culturais, políticos e, quando necessário, militares – que compelem as áreas sob sua influência a seguir a lógica do mercado financeiro, que é o verdadeiro corpo do império. Através desses constrangimentos, os Estados Unidos manipulam as políticas externas desses países. De sorte que eles conservam aparências de soberania: bandeira, hino, exército e até eleições, mas os dirigentes, querendo ou não, são obrigados a seguir a linha de Washington.

BH – Pode dar exemplos?

HJ – O próprio caso brasileiro. Por que um homem extremamente inteligente como Fernando Henrique Cardoso, cuja vocação social-democrata não pode ser posta em dúvida, exerceu uma política econômica neoliberal? Por que Lula, depois de ter lançado vitupérios contra a política econômica de Fernando Henrique, segue a mesma política? Porque este país ficou subordinado à lógica do mercado financeiro internacional.
BH – Mas como fazer uma política econômica fora dessa lógica?

HJ – É necessário inicialmente estabelecer formas seletivas de inserção no mercado internacional, com as quais o país recupera uma liberdade de Estado para administrar a sua economia. Isso exige uma posição diferente daquela da década de 50, muito mais autônoma. Uma das condições para o êxito do nacional-desenvolvimentismo hoje é que ele se converta no regional-desenvolvimentismo. Qualquer grande política de desenvolvimento na América do Sul está ligada à integração sul-americana, que depende da consolidação do Mercosul. E esta depende de uma sólida aliança argentino-brasileira.

BH – Por que os partidos de centro-esquerda e esquerda no Brasil, quando no poder, não implementam as propostas de seus programas partidários?

HJ – Historicamente, os partidos de esquerda têm uma formulação de projeto superior à sua exeqüibilidade e precisam rever essa formulação quando chegam ao poder. Faz parte de uma retórica de esquerda propor coisas que só serão viáveis em regimes revolucionários – e a esquerda moderna, felizmente, não é mais revolucionária, é reformista. Ao assumir o poder, precisa fazer um ajuste entre o que deseja e o que é exeqüível.
BH – E qual a margem do que é possível?

HJ – Ela é muito maior do que aquilo que se presume. Todos os países que querem desenhar uma política de esquerda devem considerar primeiro o seguinte: “Dentro de que condições eu estou inserido no mercado financeiro internacional? Vamos rever as condições do Estado que tornam possível seguir políticas de esquerda”. Dentro de certos limites, claro.

BH – O jurista Flávio Konder Comparato defendeu a criação de uma agência que gerenciasse políticas de desenvolvimento com certa independência em relação ao governo. Isso é viável?

HJ – Mais que viável, é necessário. Só não sei se é necessário uma agência própria, pois, em parte, já existe um órgão para executar a política de desenvolvimento, que é o BNDES. O que eu não tenho dúvida é sobre a necessidade dessa política, que deve se afirmar como uma política de Estado. Por isso mesmo os objetivos do neodesenvolvimentismo brasileiro devem ser formulados com a cautela da sua exeqüibilidade, não fazer propostas utópicas que desmoralizem depois o projeto. Fazer projetos audaciosos, certamente, mas dentro de limites muito bem medidos do exeqüível.
BH – Esse tipo de política suprapartidária é possível dentro do quadro partidário brasileiro?

HJ – O que acontece é que os nossos partidos estão totalmente desfigurados. De um modo geral, tornaram-se legendas prêt-à-porter. Os deputados passam de um para outro conforme conveniências de curtíssimo prazo. As exceções são o PSDB e o PT, que têm consistência própria, mas também se desfiguraram enormemente. O PT de maneira lamentável. Um partido que pretendeu ser, durante certo tempo, o modelo de ética e de conduta irreprimível tornou-se um partido de assalto ao Estado. Raras vezes houve uma deterioração partidária tão triste como a desse partido, que teve um papel histórico extraordinário em anos anteriores. Locupletaram-se de postos públicos para extrair ilegitimamente recursos, já não digo para o bolso próprio, mas para o bolso do partido. Seria uma visão bolchevique em que tudo vale para o partido, que é mais importante que a nação e que o Estado. Já o PSDB não é dado a achaques, a assaltos, mas sim à inocuidade. O partido perdeu as bandeiras, perdeu seu sentido social-democrata e virou uma espécie de nova UDN. Tem muita gente boa, gente que vale a pena convidar para um bate-papo, mas não está a serviço de uma causa. Hoje, o PSDB teria a oportunidade de convocar as forças da esquerda, a democracia social. Mas ele não está fazendo isso.

BH – Por quê?

HJ – A resposta depende de uma análise interna do partido. Eu suponho que isso se deve a duas limitações do principal líder do PSDB, Fernando Henrisque, a despeito de sua excepcional inteligência. Primeiramente, ele é um pouco desiludido da mensagem social-democrata, o que o faz dar ao mercado mais importância do que ele merece. Em segundo lugar, é da personalidade de Fernando Henrique um toque hamletiano, uma coisa entre ser e não ser, fazer e não fazer, e isso não permite exercer uma liderança vigorosa.
BH – Na década de 50 o senhor participou da fundação do Iseb. O que motivou esse projeto?

HJ – Eu e várias outras pessoas chegamos a uma análise sócio-histórica das condições brasileiras, mostrando que o país estava estagnado dentro de uma perspectiva semicolonial. E a combinação de forças entre o latifúndio e o mercantilismo obstava o desenvolvimento porque estava satisfeita com o statu quo. Concluímos que era necessário um projeto de desenvolvimento que exigisse uma estrutura de classes distinta. Era necessário agremiar a burguesia nacional, os setores técnicos da classe média e o operariado avançado. E, a partir dessa base, lançar o projeto nacional-desenvolvimentista. Foi de certa forma o que se fez no governo de Kubitschek e, talvez ainda mais, no segundo governo de Vargas.

BH – Essa idéia de aliança entre operariado e burguesia industrial provocou críticas na esquerda?

HJ – É necessário fazer uma distinção entre a esquerda dogmática e a esquerda finalística. A primeira parte do dogma para a apreciação da realidade. A segunda estuda a realidade e vê como pode inserir nela um projeto exeqüível de esquerda. Na época do Iseb, quem estava por trás desse projeto era exatamente a esquerda finalística. Já a esquerda dogmática ficou limitada a algumas pessoas que escreviam artigos. Mas mesmo isso era muito raro. Eles conversam mais do que escrevem (risos).
BH – Hoje faz falta esse tipo de pensamento organizado para o desenvolvimento?

HJ – Faz muita falta. Existe até um potencial, mas este movimento ainda não conseguiu se concretizar em formas operacionais satisfatórias. Acho, infelizmente, que teremos no segundo mandato de Lula mais um quadriênio perdido. Com isso, depois de 25 anos de estagnação, o Brasil vai ter mais quatro, o que é extremamente grave. Temos de organizar um grupo de pessoas dotadas de capacidade mobilizatória, de competência analítica e de alta seriedade que prepare o país para fazer um deslanche a partir de 2010 – ou que apóie o governo Lula caso ele, contrariando minha expectativa, adquira um caráter desenvolvimentista.

BH – O que falta para um movimento desses existir? Visão de cidadania?

HJ – Essa é uma questão complicada. Não há solução para o país caso se prolongue essa dicotomia entre dois terços de um Brasil ignorante e um terço de um Brasil educado. Esse um terço representa 60 milhões de pessoas, uma massa crítica maior do que toda a população de Argentina, Uruguai e Paraguai somados. Mas, na hora da política, os dois terços, com seu primarismo e sua ignorância, liquidam tudo. Um projeto de neodesenvolvimentismo tem de ter como meta prioritária a incorporação desses setores em níveis educacionais aceitáveis.
BH – Como fazer essa incorporação?

HJ – Primeiramente, com educação: ampliação do ensino primário e secundário e aperfeiçoamento do superior. Isso é uma meta de governo que nem necessita de verbas muito superiores às atuais. O Brasil já dedica uma parcela importante do orçamento à educação; ela apenas não é aplicada com eficiência. Agora, enquanto não se consegue incorporar em níveis superiores de educação as grandes massas brasileiras, é necessário adotar medidas que minimizem os efeitos da deseducação na política.

BH – Esse tipo de raciocínio não implica excluir parte da população do processo eleitoral?

HJ – De forma alguma. Trata-se apenas de sair desse sistema eleitoral absurdamente inadequado, estabelecendo um sistema distrital, puro ou misto – eu prefiro puro, mas se for misto já será um avanço. Reforçar a legislação excludente de partidos de aluguel e estabelecer também a fidelidade partidária. Por fim, instituir um regime segundo o qual, a cada legislatura, se nenhum partido tiver maioria absoluta, será dado um prazo para que se forme uma coligação majoritária com liderança única e projeto único, sob pena de nova eleição.
BH – Isso não seria um parlamentarismo de fato?

HJ – Bem, creio que deva ser um parlamentarismo de meta, não de fato. Estou convencido de que nós precisamos chegar ao parlamentarismo. Mas, para que ele seja eficaz, é necessário que o país disponha de condições eleitorais e partidárias apropriadas. Se nós fizermos essa reforma eleitoral, já começamos a criar um tipo de representação popular que poderá, em uma segunda etapa, se converter ao parlamentarismo sério.

BH – Seus últimos livros, Um estudo crítico da História e O posto do homem no cosmo, fogem do padrão de seus trabalhos, abordando temas como história e filosofia. O que o motivou a escrevê-los?

HJ – Na minha juventude fui particularmente marcado por dois livros:
Sociologia da cultura, de Alfred Weber, que me fez escrever Um estudo crítico da História, e o livro de Max Scheler, O posto do homem no cosmo, que me levou a retomar o mesmo título e o mesmo tema. Quando olhei esses livros, eu disse: “Bem, eu, se tiver, em algum momento, a capacidade para enfrentar essas questões, vou tentar embarcar nesses dois temas”. Um estudo crítico da História foi um trabalho que me tomou seis anos. Foi uma tentativa de analisar o processo civilizatório tomando por base 16 civilizações e considerando previamente o período pré-histórico, visando compreender quais são os fatores que movem o processo, qual é o mecanismo da história.
BH – E o senhor conseguiu identificar esse mecanismo?

HJ – Acho que sim. A história, ou o processo histórico, é produto de quatro fatores. Primeiro, os “fatores reais”, o que Marx chamava de fatores materiais, incluindo o ambiente em que uma comunidade existe. Em seguida, os “fatores ideais”, que são a cultura, entendida no seu sentido antropológico. Depois a liberdade humana e, por fim, o acaso. A história se realiza quando a liberdade humana, exercida por pessoas ou grupos influentes, se encontra diante de uma disposição aleatória de como se combinaram os fatores reais e ideais naquele momento.

BH – Mas e quanto à visão de que são os modos de produção e as forças econômicas que determinam a história?

HJ – Isso foi verdade em alguns momentos. Certamente a partir de 1850 até, digamos, 1930, essa análise marxista coincidia 80% com a realidade do mundo ocidental. Mas ela não tem nada a ver com a formação do islamismo, por exemplo. Observando-se os fatores históricos predominantes, nota-se uma grande presença da religião. Embora, evidentemente, conforme nos aproximamos do tempo moderno, a importância religiosa vá declinando. Mas ela é decisiva até o século XVIII e continua não desprezível, como o Islã demonstra de uma maneira perfeita. Muito importante também é o fator demográfico: as coisas dependem da concentração ou da rarefação das populações. O terceiro fator certamente é o econômico. Outro fator que eu acho extremamente importante é o cultural, não apenas no sentido religioso, mas no sentido mais científico-tecnológico, a visão operacional do mundo.
BH – Para um cientista social, como foi trabalhar com história?

HJ – O conceito moderno de história é extremamente abrangente, vai da origem do homem ao dia de ontem. A meu ver, ela é um método que permite estudar o passado remoto, o passado recente e o presente. O que o sociólogo faz é refletir sobre os dados históricos. Não há boa sociologia sem dados históricos, e a boa história conduz à análise sociológica.

BH – Como o senhor, sendo membro da ABL, avalia a postura da academia de abrir espaço para representantes de outras áreas da cultura?

HJ – Esse movimento é universal. A Academia Francesa também está recebendo cientistas e intelectuais. O beletrismo representou um momento da cultura em que existia uma certa estagnação do pensamento filosófico. Então, a cultura tornou-se lítero-plástico-musical. Mas, em um momento de grande inquietação, como o que estamos vivendo, há um recrudescimento da pergunta filosófica.
IBESP
Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política. Publicou, entre 1953 e 1956, a revista Cadernos do nosso tempo.

ISEB
Instituto Superio de Estudos Brasileiros, instituição de altos estudos, criada em 1956 e ligada ao então Ministério da Educação e Cultura.

Prêt-à-porter
Expressão francesa que significa “pronto para usar”, em contraponto ao que é feito sob medida.

Bolchevique
Partido comunista que, liderado por Lênin, fez a Revolução Russa de 1917.

UDN
União Democrática Nacional, partido político de orientação conservadora e urbana, que existiu entre 1945 e 1965.

Hamletiano
Referente a Hamlet, personagem título da peça de William Shakespeare, conhecido pela frase “ser ou não ser, eis a questão”.

Statu quo
Expressão latina que significa “o estado atual das coisas”.

Sistema distrital
Sistema eleitoral pelo qual o candidato da cargos proporcionais (deputados e vereadores) é votado somente dentro do distrito em que vive, competindo com outros candidatos locais.

Alfred Weber
(1868-1958)
Sociólogo e economista alemão, teórico do estudo de história e ardente opositor do nazismo.

Max Scheler
(1874-1928) Filósofo alemão que desenvolveu uma linha de pensamento chamada “ética material dos valores”.

Karl Marx
(1818-1883) Pensador alemão cujos trabalhos, em especial O capital (1867), influenciaram de forma decisiva a ideologia comunista

Beletrismo
Culto aos aspectos puramente estéticos da literatura.



terça-feira, 19 de março de 2013

Pink Floyd - Another Brick In The Wall P II

Um clássico do Rock Progressivo da passagem dos anos 80 para os 70. Como eu sempre dito, se você quer se surpreender com algo inovador e diferente, procure no passado. Esse clipe na realidade contém duas músicas, primeiro "The Happiest Days of Our Lives" e em seguida "Another Brick in the Wall (Parte 2)". As duas músicas falam de como uma educação repressora soma para formar um carácter fechado e alienado nas pessoas. Ou seja, a repressão oprime o jovem e o deixa traumatizado, incapaza de se expressar abertamente.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Brasil no rankind mundial do IDH.

 

Agora melhor do que fiar uma posição acima da Jamaica é estar três a frente de Santa Lúcia. Yes Brasil uil uil uil...

quarta-feira, 13 de março de 2013

terça-feira, 12 de março de 2013

Comparativo: fumante e não fumante.

A diferença entre a elasticidade e capacidade de se inflar entre um pulmão que foi de uma pessoa não fumane e o de uma pessoa fumante.





Impressora 3D.

Isso irá revolucionar o mundo: da fabricação de objetos à quebra de patentes. Qualquer um que possua o equipamento poderá materializar qualquer tipo de utensílio, em plástico, na cor e quantidade que quiser. De ferramentas á brinquedos e até armas. Assista, está em inglês, mas somente as imagens já explicam o que isso é.

"Chico-xaverização" do homem moderno.

Claro, nada contra o Chico-Xavier, mas faz sentido.

segunda-feira, 11 de março de 2013

ATENÇÃO - DATA DE ENTREGA DAS TAREFAS

As tarefas propostas aqui no blog deverão ser encaminhadas para o e-mail do professor até o dia 01/04/2013, valendo 1,0. Depois dessa data não sera aceito mais nenhum trabalho.


SOCIOLOGIA - 3º Ano: Classe social segundo Karl Marx


 
     As relações de produção regulam tanto a distribuição dos meios de produção e dos produtos quanto a apropriação dessa distribuição e do trabalho. Elas expressam as formas sociais de organização voltadas para a produção. Os fatores decorrentes dessas relações resultam em uma divisão no interior das sociedades.
     Por ter uma finalidade em si mesmo, o processo produtivo aliena o trabalhador, já que é somente para produzir que ele existe. Em razão da divisão social do trabalho e dos meios, a sociedade se extrema entre possuidores e os não detentores dos meios de produção. Surgem, então, a classe dominante e a classe dominada (ou seja, a dos trabalhadores). O Estado aparece para representar os interesses da classe dominante e cria, para isso, inúmeros aparatos para manter a estrutura da produção. Esses aparatos são nomeados por Marx de infraestrutura e condicionam o desenvolvimento de ideologias e normas reguladoras, sejam elas políticas, religiosas, culturais ou econômicas, para assegurar os interesses dos proprietários dos meios de produção.
     Percebendo que mesmo a revolução burguesa não conseguiu abolir as contradições entre as classes, Marx observou que ao substituir as antigas condições de exploração do trabalhador por novas, o sistema capitalista de produção em seu desenvolvimento ainda guarda contradições internas que permitem criar condições objetivas para a transformação social. Contudo, cabe somente ao proletariado, na tomada de consciência de classe, sair do papel de mero determinismo histórico e passar a ser agente dessa transformação social.
     As contradições são expressas no aumento da massa de despossuídos, que sofrem com os males da humanidade, tais como a pobreza, doenças, fome e desnutrição, e o atraso tecnológico em contraste com o grande acúmulo de bens e riquezas em grandes centros financeiros e industriais. É só por meio de um processo revolucionário que os proletários de todo o mundo, segundo Marx, poderiam eliminar as condições de apropriação e concentração dos meios de produção existentes. Acabando a propriedade desses meios, desapareceria a burguesia e instalar-se-ia, transitoriamente, uma ditadura do proletariado até que se realizem as condições de uma forma de organização social comunista.
     Sabemos que esse ideal inspirou a Revolução Russa de 1917, com a criação da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que foi a primeira tentativa de um governo dos trabalhadores tendo em vista a construção da sociedade comunista. No entanto, os fracassos dessa experiência ainda nos permitem pensar no papel da propriedade privada no interior da sociedade. Se ela provoca as desigualdades, mas também a sua forma de uso coletivo não se mostrou adequada, como pensar, nos dias de hoje, a relação entre política e economia? Ainda que não haja respostas contundentes sobre esse assunto, parece ser o desafio do nosso tempo enxergar as contradições do sistema e buscar, de modo adequado, tomar consciência de que a transformação exige a participação de todos.
      Assim, parece inquestionável o papel de Marx para os pensadores de nossos dias. Ainda que a solução encontrada por esse autor tenha ganhado concretude (fiel ou não a ele), é importante retomar sua crítica ao sistema visando sanar as contradições que estão evidenciadas em nosso cotidiano.

Tarefa:

Os alunos do terceiro ano deverão encamihar um texto explicando o que é classe social. O seu texto deverá contemplar os seguintes pontos a saber:

Qual é o conceito de classe segundo sua visão?

Qais os problemas sociais decorrentes da divisão de classes?
Descreva as relações de classe na realidade em que vive.

Seus textos deverão tem um mínimo de dez linhas.

A resposta deverá estar em arquivo doc, ou docx, com a formatação de página padrão do word (margem normal 2,5cm por 3 cm), e deverão ser encaminhadas em anexo para o e-mail do professor. No assunto da mensagem deverá constar a matéria (Filosofia ou Sociologia) o nome do aluno e a série.

SOCIOLOGIA - 2º Ano: Castas e estamento segundo Max Weber

     O conceito de estamento e de casta foi desenvolvido pelo sociólogo alemão Max Weber. Trata-se de estratos sociais referentes a sociedades sem mobilidade social e que tem sua divisão social baseada em honras, status e prestígios. Nestas sociedades, pertencer a determinado estrato social significa ter determinados privilégios em relação a outro estamento. Há também proibições para os estamentos, coisas que um determinado integrante não pode fazer. Partido do exemplo da sociedade indiana, Max Weber estabelece as castas como um caso extremando dos estamentos, com o diferencial de ter como critério de distinção a questão religiosa.
     A sociedade estamental clássica é a sociedade feudal da Idade Média, com seus três estamentos bem definidos: os nobres, que lutam, o clero que ora, os servos que trabalham. Ser nobre significava vir de uma família nobre, ter privilégios, e era muito mais importante que ter propriedades. O nobre mostrava seu valor em suas lutas. Naquela época, não havia contratos escritos, pois isso significaria duvidar de um nobre. Um exemplo de privilégios pode ser ilustrado pelo filme “Coração Valente”, em que um nobre tem privilégios sobre a primeira noite de uma serva após o casamento desta. Um nobre não pagava estadias, ou o que consumia nas tabernas medievais.
     Não é apenas na Idade Média que podemos ver os estamentos. No Brasil Colonial, por exemplo, temos a relação senhor de engenho x escravo pautar-se por privilégios do primeiro. Os privilégios dos senhores de engenho eram tantos que até mesmo dispunham do “direito” sobre a vida ou morte dos escravos. Ser senhor de engenho significava ser melhor que o escravo.
     Pertencer a uma casta ou a um estamento superior também significa determinadas proibições, um nobre ou um senhor de engenho não poderiam exercer trabalhos manuais, por exemplo, pois isso significaria uma desqualificação, uma fez que trabalho manual estaria associado a trabalho manual. Determinadas castas, na Índia, não poderiam praticar atividade comercial, tarefa reservada para uma casta específica. Por outro lado, as proibições para os estamentos inferiores são maiores e a estes, reservado as atividades ditas desonrosas.
    Nas sociedades estamentais, como o posicionamento é dado pelo casamento, não há mobilidade social e o casamento entre estamentos diferentes é proibido.

Tarefa:

Os alunos do segundo ano deverão encamihar uma dissertação sobre esse texto dando o seu etendimento do que é estamento social. O seu texto deverá contemplar os seguintes pontos a saber:

O que você entendeu desse texto.

Sua visão do que é estamento.
Como você encaixaria essa teoria na sociedade atual. Ou seja, organise a sociedade em que você vive em estamentos.
 
Seus textos deverão tem um mínimo de dez linhas.

A resposta deverá estar em arquivo doc, ou docx, com a formatação de página padrão do word (margem normal 2,5cm por 3 cm), e deverão ser encaminhadas em anexo para o e-mail do professor. No assunto da mensagem deverá constar a matéria (Filosofia ou Sociologia) o nome do aluno e a série.

SOCIOLOGIA - 1º Ano: Conceito de Anomia segundo Émile Durkheim


Anomia é um conceito criado pelo sociólogo Emile Durkheim no seu livro "O Suicídio" e que designa um estado do indivíduo caracterizado pela falta de objetivos e pela perda de identidade. Segundo Durkheim, este estado é em grande medida originado pelas intensas transformações que ocorrem nas sociedades modernas e que não fornecem novos valores para colocar no lugar daqueles que por elas são demolidos. Em suma, Durkheim, com o conceito de anomia procura sintetizar a ideia de que o progresso constitui uma ameaça às estruturas éticas e sociais.

Tarefa:

Os alunos do primeiro ano deverão encamihar um texto dando sua visão de anomia, e citando exemplos desse fenômeno na sociedade em que vivem. O seu texto deverá contemplar os seguintes pontos a saber:


Definição pessoal do que vem a ser anomia.
Quando você se deparou, ou se depara, com um quadro de anomia na comunidade em que vie?

Seus textos deverão tem um mínimo de dez linhas.

A resposta deverá estar em arquivo doc, ou docx, com a formatação de página padrão do word (margem normal 2,5cm por 3 cm), e deverão ser encaminhadas em anexo para o e-mail do professor. No assunto da mensagem deverá constar a matéria (Filosofia ou Sociologia) o nome do aluno e a série.

sexta-feira, 8 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

Sociologia: fenómeno social


Fenómeno social.
 Os fenómenos sociais são o objeto das Ciências Sociais. Estas estudam os fenómenos ligados à vida dos homens em sociedade.

Designamos por fenómeno um determinado tipo de factos com características comuns e semelhantes. O conceito de "fenómeno social total" implica que aquilo que o caracteriza é uma multiplicidade de aspetos que com ele se relacionam. "Marcel Mauss, ao falar de fenómeno social total, referia-se ao facto [...] de que as experiências dos atores sociais não são redutíveis a uma única dimensão do real, as suas implicações distribuem-se pelos diferentes níveis do real [...]" (1987, Marques - In MESQUITELA LIMA. Introdução à Sociologia. Lisboa: Presença). Este conceito define o real social como pluridimensional, mas único. Deste modo, numa abordagem sociológica, devemos ter em conta a pluridimensionalidade dos fenómenos sociais que se caracterizam como totais. Quando, por exemplo, nos referimos às causas várias do suicídio, estamos a falar do fenómeno do suicídio em geral e não num facto isolado.
Segundo Sedas Nunes, "o campo da realidade sobre o qual as Ciências Sociais se debruçam é, de facto, um só (o da realidade humana e social) e todos os fenómenos desse campo são fenómenos sociais totais, quer dizer: fenómenos que [...] têm implicações simultaneamente em vários níveis e em diferentes dimensões do real social, sendo portanto suscetíveis, pelo menos potencialmente, de interessar a várias, quando não a todas as Ciências Sociais" (1987, Nunes - Questões preliminares sobre as Ciências Sociais. Lisboa: Presença).
 

terça-feira, 5 de março de 2013

Moral e amor em "O Banquete" de Platão.




Olá galera. Esse excerto de O Banquete, de Platão, vem para saciar uma curiosidade levianamente comentada em sala: a moral  dos pensadores antigos, sobretudo de Sócrates e Paltão. Não façamos uma leitura preconceituosa, apesar de ser inevitável que alguns se riam do texto que aqui se apresenta. Lembremos também que a moral grega antiga era muito diferente da nossa moral judaico-cristã. O amor era para o grego um valor elevado, algo superior que poderia tanto ser  como uma amizade sublime, ou como o afeto carnal, causa de muitos mau entendidos, ou risos mesmo, quando comentados de maneira descontraída. 

Bem, independente de como você possa encarar esse aspecto da moral e da vida de Sócrates, aí está uma curiosidade, a qual espero que seja compreendida por vocês que se presta aqui para somar para com a nossa compreensão do mundo antigo, e que não se preste ao preconceito e discriminação.
Prof. Juarez.
 

Eis aí, senhores, o que em Sócrates eu louvo; quanto ao que, pelo contrário, lhe recrimino, eu o pus de permeio e disse os insultos que me fez. E na verdade não foi só comigo que ele os fez, mas com Cármides, o filho de Glauco, com Eutidemo, de Díocles, e com muitíssimos outros, os quais ele engana fazendo-se de amoroso, enquanto é antes na posição de bem-amado que ele mesmo fica, em vez de amante. E é nisso que te previno, ó Agatão, para não te deixares enganar por este homem e, por nossas experiências ensinado, tde preservares e não fazeres como o bobo do provérbio, que "só depois de sofrer aprende".
Depois destas palavras de Alcibíades houve risos por sua franqueza, que parecia ele ainda estar amoroso de Sócrates. Sócrates então disse-lhe: — Tu me pareces, ó Alcibíades, estar em teu domínio. Pois de outro modo não te porias, assim tão destramente fazendo rodeios, a dissimular o motivo por que falaste; como que falando acessoriamente tu o deixaste para o fim, como se tudo o que disseste não tivesse sido em vista disso, de me indispor com Agatão, na idéia de que eu devo amar-te e a nenhum outro, e que Agatão é por ti que deve ser amado, e por nenhum outro. Mas não me escapaste! Ao contrário, esse teu drama de sátiros e de silenos ficou transparente.
Pois bem, caro Agatão, que nada mais haja para ele, e faze com que comigo ninguém te indisponha. Depois destas palavras de Alcibíades houve risos por sua franqueza, que parecia ele ainda estar amoroso de Sócrates. Sócrates então disse-lhe: — Tu me pareces, ó Alcibíades, estar em teu domínio. Pois de outro modo não te porias, assim tão destramente fazendo rodeios, a dissimular o motivo por que falaste; como que falando acessoriamente tu o deixaste para o fim, como se tudo o que disseste não tivesse sido em vista disso, de me indispor com Agatão, na idéia de que eu devo amar-te e a nenhum outro, e que Agatão é por ti que deve ser amado, e por nenhum outro. Mas não me escapaste! Ao contrário, esse teu drama de sátiros e de silenos ficou transparente.
Pois bem, caro Agatão, que nada mais haja para ele, e faze com que comigo ninguém te indisponha.
Agatão respondeu: —  De fato, ó Sócrates, é muito provável que estejas dizendo a verdade. E a prova é a maneira como justamente ele se recostou aqui no meio, entre mim e ti, para nos afastar um do outro. Nada mais ele terá então; eu virei para o teu lado e me recostarei.
— Muito bem — disse Sócrates — reclina-te aqui, logo abaixo de mim.
— Ó Zeus, que tratamento recebo ainda desse homem! Acha ele que em tudo deve levar-me a melhor. Mas pelo menos, extraordinária criatura, permite que entre nós se acomode Agatão. 

PLATÃO.Obras incompletas. São Paulo: Nova Cultural. 1999. (Os pensadores) pp 100 - 101.