segunda-feira, 26 de outubro de 2015

1º ANO - Socilogia Brasileira

         O surgimento da Sociologia formal no Brasil teve início a partir das décadas de 1920 e 1930, quando os estudiosos dessa área passaram a se dedicar a pesquisas que visavam construir um entendimento acerca da formação da sociedade brasileira analisando temáticas cruciais para essa compreensão. Assim, eles voltaram-se para estudos referentes a escravatura e a abolição, estudos sobre índios e negros e o êxodo rural, e mesmo analises sobre o processo de colonização.


          O período foi crucial para discussões sobre os desequilíbrios na sociedade brasileira, ainda mais devido à presença intensa dos ex-escravos nos grandes centros, sobretudo no Rio de Janeiro, devido a abolição da escravatura.


A ABOLIÇÃO E A QUESTÃO DA TERRA

            A abolição da escravatura trouxe o problema dos desprovidos. Os escravos libertos eram agora cidadãos brasileiros sem terra, sem profissão, sem lar sem nada, apenas com a liberdade, o direito e vagar pelo país. O resultado foi de um lado o inchaço dos bairros pobres das grandes cidades, que culminou em crises sociais e sanitárias, como se observou em casos como a Revolta da Vacina (1904).

            No campo a calamidade dos negros livres se uniu a penúria dos pequenos proprietários de terras. Com a República novos impostos foram criados, cobrança que se somou à seca exaurindo os parcos recursos dos camponeses. O resultado foi aquele é entendido como um dos primeiros movimentos campesinos sem-terra do Brasil liderado pelo beato Antônio Conselheiro.

        
EUCLIDES DA CUNHA

    É na cobertura desse evento que surge uma das primeiras obras formais sobre os problemas sociais brasileiros, Os Sertões de Euclides da Cunha.

            Esta obra evidencia o caráter cientificista do período. Divida em três parte, A Terra, O Homem, A Luta, demonstra uma visão racional da sociedade, matematicamente dividida e seguindo uma visão determinista, no caso o meio ambiente, quando trata do tema a Terra.

            Pode-se considerar que, apesar das influências republicanas, Euclides da Cunha procura fazer um relato realista do homem do sertão. Na sua procura por indivíduos vítimas da seca e da alienação do fanatismo religioso, o que o autor acaba relatando é que encontrou um povo forte, lúcido e bem organizado.

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.  É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gigante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda da sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança celeremente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeiramente conversa com um amigo, cai logo — cai é o termo — de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fica suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre os calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável.

É o homem permanentemente fatigado.

Reflete a preguiça invencível, a atonia muscular perene, em tudo: na palavra remorada, no gesto contrafeito, no andar desaprumado, na cadência langorosa das modinhas, na tendência constante à imobilidade e à quietude.

Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude.

Nada é mais surpreendedor do que vê-lo desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se, estadeando novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta, sobre os ombros possantes, aclarada pelo olhar desassombrado e forte; e corrigem-se-lhe, prestes, numa descarga nervosa instantânea, todos os efeitos do relaxamento habitual dos órgãos; e da figura vulgar do tabaréu canhestro, reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias.”(CUNHA, Euclides. Os Sertões.S. Paulo, 2. ed., Ática, 2000. p.48.)
 


Sérgio Buarque de Holanda.

       Busca pela identidade do povo brasileiro.
       Obra central: "Raízes do Brasil".
        
    Principais idéias:   
 O choque entre o modelo colonial com o moderno.
                                      Império  -  República
                                          Rural  -   Urbano
                          Homem cordial  -   Homem civilizado
                      Relações Pessoais  -   Submissão legal
                      Violência pessoal   -   Organização cívica



  • Mal sucedida formação de um espírito progressista no seio das relações sociais da civilização brasileira.
Diferenças entre a colonização ibérica e a inglesa na América.
A descoberta do Brasil e o sucesso da colonização foi fruto do espírito aventureiro e da adaptabilidade dos portugueses
Ausência das famílias dos aventureiros (ao contrário dos ingleses na América do Norte)
Resultou na mestiçagem: portugueses - índios - africanos.
Democracia racial.

Sociedade rural e patriarcal

Monocultura de exportação. 

Fazendas/engenhos - verdadeiros feudos

Relações familiares mais importantes que entre cidadãos.

             Abolição da escravatura: nova realidade social.

Crescimento das cidades: áreas nobres - Barões do Café
                                          periferias e cortiços - ex-escravos.
                                          marginalização da classe trabalhadora.
                                          baixa remuneração do proletariado.
                                          fracasso do capitalismo industrial.

Cultura ibérica "medievalista": trabalho indigno e lucro desonesto.


Fim da propriedade rural autosuficiente - decadência do meio rural. 

"nosso apego quase que exclusivo aos valores da personalidade"

Nobiliarquia brasileira.

Exaltação à inteligência, o ócio e as mordomias aristocráticas.

Título de bacharel como distintivo de elevação social.

Intelectualidade positivista importou dos Estados Unidos e da França ideias incompatíveis com a realidade social:
      não se tentava adaptá-las ao modo de vida do brasileiro
      reações displicentes ou hostis 
      Ex: os "bestializados" da Proclamação da República 
            revoltas como Canudos e "da Vacina"

Implantação do regime republicano:

Feita de uma maneira desordenada e abrupta

Não foi espontâneo da população. 

A aristocracia rural apoderou-se do poder

Distanciou o Estado da realidade do Povo.

Trocou-se um regime parlamentar monárquico relativamente avançado, por apenas mais uma república latino-americana; 

Fim da figura absoluta do Imperador: motivando a população a ignorar o Estado, ou revoltar-se contra ele.

Política republicana: corrupção, favores pessoais, golpe, fraudes eleitorais, manipulação da população, miséria. 

Espírito cordial do brasileiro:

Característica nata da chamada "raça brasileira". 

Fazer tudo a partir da afetividade
Dificuldade para entender as formalizações políticas
Incapacidade de separar o que é público do que é privado. 
Relação informal com o Estado - não cidadania.
Inexistência do "orgulho racial" herdado dos portugueses.

O caráter português se coloca então como superior a seus congêneres, mais democrático, mais adequado à plena convivência das raças, da diversidade.





GILBERTO FREYRE 

Principal trabalho: Casa-Grande & Senzala – 1933.

Visão romântica da escravidão.


 Três pilares fundamentais da gênese da sociedade brasileira:

                Monocultura/latifúndio, trabalho escravo e família patriarcal.

Negação da eugenia - branqueamento do Brasil.
                Oliveira Vianna via na mestiçagem um fator de degradação da raça brasileira.

Miscigenação – fator de fortalecimento biológico, social, econômico e cultural.

Demonstrou que o determinismo racial ou climático não influencia no desenvolvimento de um país.

DEMOCRACIA RACIAL NO BRASIL:


Harmônia interétnica: mitigação da escravidão brasileira (menos ruim que a norte-americana).
Harmonia feita através da mistura sexual, culinária

“Confraternização” entre as três raças formadoras da sociedade brasileira:
      
            O português – dominador; - se misciegnou sexualmente com as índias.
O índio - natural da terra; - “intoxicação sexual” – miscigenação imediata com o  
              português, que dominou a mulher nativa – ausência de preconceito.
O negro - vindo da África em posição subalterna.
Mistura de cultura e sangue – fortalecimento da raça físicamente e de sua cultura, enrriquecida.

A FETICHIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES: 
Monocultura, latifúndio e trabalho escravo.

Latifúndio/ Monocultura: propiciou a conquista do extenso território.
     fome - inferioridade física do brasileiro.
Escravatura: trabalhadores saudáveis e fortes – esforço útil – tratados com docilidade -

Família patriarcal:  mulher vítima do domínio e abuso do homem, reprimida sexual e
     socialmente  - submatida ao marido e ao pai.
                      Sádica com relação às mulatas, por inveja sexual.
                      Externando o sadismo e a frieza da vida sexual.

SADO-MASOQUISMO PROJETO NA SOCIEDADE:

                Originado na relação opressiva homem/mulher, e que se refletia na relação mulher branca/mulata, extrapola a vida doméstica e atinge a esfera social e política, expressando-se no mandonismo político, no governo autocrático, no “princípio de autoridade” e na defesa da Ordem.
                Dualidade social: senhores/escravos, doutores/analfabetos, cultura europeia/cultura africana e ameríndia.

RELIGIÃO:

                Influência nociva:
- jejuns nocivos a saúde do povo.
- tabús sexuais – repressão emocional.
- silenciocidade diante do problema da sífilis e adultérios inter-raciais.

Crítica à noção de democracia racial de Gilberto Freyre:




"Na sala de aula, o professor precisa ser um cidado e um ser humano rebelde"
Florestan Fernandes





Florestan Fernandes o fundador da sociologia crtica no Brasil. Depois de Caio Prado Jnior, que traz o marxismo para o pensamento sociolgico no Brasil, Florestan far uma reviso dos temas mais importantes da sociologia sob uma tica materialista. A questo racial, a escravido, passa agora em sua obra a ser analisada do ponto de vista econmico e dos conflitos entre classes sociais. A temtica cultural, apaziguadora dos conflitos cede espao para uma viso da explorao econmica do escravo, dando novas interpretaes para as desigualdades sociais.



A anlise dos problemas das desigualdades sociais agora entram no campo econmico. A educao passa a ser vista como instrumento de formao do cidado apenas, mas, sobretudo, como caminho para ascenso econmica.


Isto ocorre tambm do ponto de vista poltico, tocando no espinhoso tema das revolues, ou golpes ocorridos no pas. Tais mudanas polticas surgem agora como consequncias de intenes econmicas que inserem o Brasil num plano econmico global. Neste cenrio, alm do conflito entre os blocos capitalista e socialista, o Brasil se encontra no campo do domnio do imperialismo econmico norte-americano.


Como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), Florestan militava em favor do socialismo e no separava o trabalho terico de suas convices ideolgicas. Ainda que com abordagens diferentes, ambos acreditavam que a educao e a cincia tm, potencialmente, uma grande capacidade transformadora. Por isso, deveriam ser instrumentos de elevao cultural e desenvolvimento social das camadas mais pobres da populao. "Um povo educado no aceitaria as condies de misria e desemprego como as que temos", disse ele em entrevista a NOVA ESCOLA em 1991. "A escola de qualidade, para Florestan, no era redentora da humanidade, mas um instrumento fundamental para a emancipao dos trabalhadores", diz Ana Heckert, docente da Universidade Federal do Esprito Santo.


Florestan tomou para si a tarefa de romper com a tradio de pseudoneutralidade das cincias humanas e reconstruir uma anlise do Brasil abertamente comprometida com a mudana social. Segundo sua anlise, uma classe burguesa controlava os mecanismos sociais no Brasil, como acontecia em quase todos os pases do Ocidente. No entanto - por causa de fatores histricos como a escravido tardia, a herana colonial e a dependncia em relao ao capital externo - a burguesia brasileira era mais resistente a mudanas sociais do que as classes dominantes dos pases desenvolvidos.


Revoluo incompleta

Segundo Florestan, a revoluo burguesa, cujo exemplo emblemtico a de 1789 na Frana, no teria se completado no Brasil. Enquanto os revolucionrios franceses do sculo 18 exigiam ensino pblico e universal, as elites brasileiras do sculo 20 ainda queriam controlar a educao para manter a maioria da populao culturalmente alienada e afastada das decises polticas. Por isso, uma das principais lutas de Florestan foi pela manuteno e pela ampliao do ensino pblico. "Ele acreditava que o sucateamento da escola, com pssimas condies de trabalho e estudo, fazia parte das tentativas de sufocar a democratizao da sociedade por meio da restrio do acesso cultural e pesquisa", diz a pesquisadora Ana Heckert.

O Brasil, dizia o socilogo, era atrasado tambm em relao ao que ele chamava de cultura cvica, ou seja, um compromisso em torno do mnimo interesse comum. Para Florestan, no havia tal cultura no Brasil por dois motivos: ela estimularia as massas populares a participar politicamente e ao mesmo tempo tiraria das classes dominantes a prerrogativa de fazer tudo o que quisessem sem precisar dar satisfaes ao conjunto da populao.

Florestan bateu-se tambm pela democratizao do ensino, entendendo a democracia como liberdade de educar e direito irrestrito de estudar. Em seus dois mandatos de deputado federal, nos anos 1980 e 1990, o socilogo esteve envolvido em todos os debates mais importantes que ocorreram no Congresso no campo da educao. Participou ativamente da discusso, elaborao e trmite da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), que s seria aprovada em 1996, um ano depois de sua morte.

Florestan defendia propostas mais radicais do que as que acabaram includas na lei aprovada, cujo mentor foi o antroplogo e senador Darcy Ribeiro (1922-1997). O socilogo propunha que a lei inclusse o princpio de escola nica, que abrangesse Educao Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Mdio, conjugada com educao profissional, e possibilitasse uma escolaridade maior aos setores carentes da populao. Florestan tambm pretendia, como meio de dar autonomia s escolas, que os diretores fossem eleitos por professores, pais e alunos. Ele queria ainda incluir na LDB um piso salarial para os professores.

Contra o autoritarismo

No eram s as condies estruturais do sistema educacional que atraiam a ateno rigorosa do cientista social. No intervalo democrtico entre 1945 e 1964 no Brasil, Florestan notou que a educao havia ganho papel crucial na busca "do equilbrio e da paz social", mas isso se devia a conquistas sociais e no a politicas dos governos, que, segundo ele, continuavam no investindo em educao pblica. Alm da destinao de verbas, o passo mais urgente ento seria integrar as escolas para que sua funo progressista se multiplicasse e ganhasse solidez. Ao lado do trabalho propriamente didtico, as escolas deveriam formar "um sistema comunitrio de instituies sociais".

Ele tambm se preocupou em criticar a prtica em sala de aula, com nfase em trs pontos: a concepo do professor como mero transmissor do saber, que, para ele, fragilizava o profissional da educao; a ideia de que o aluno apenas receptor do conhecimento, quando o aprendizado deveria ser construdo conjuntamente na escola; e o ensino discriminatrio, que trata o aluno pobre como cidado de segunda classe. "Para Florestan Fernandes, a educao transformadora se faz com uma escola capaz de se desfazer, por si mesma, do autoritarismo, da hierarquizao e das praticas de servido", diz Ana Heckert.

A briga politica pela escola pblica

Muitos intelectuais participaram, nas dcadas de 1940 e 1950, da Campanha em Defesa da Escola Pblica, que teve origem nas discusses para a aprovao da primeira LDB. Nenhum foi mais ativo do que Florestan Fernandes. De incio, o tema principal do debate era a centralizao ou descentralizao do ensino. A polmica seguiu acirrada at que, em seu ponto mximo de tenso, o deputado Carlos Lacerda apresentou no Congresso um substitutivo para atender aos interesses das escolas particulares e das instituies religiosas de ensino, que pretendiam ganhar o direito a embolsar verbas do Estado. Florestan publicou nessa poca vrios escritos em que combatia as parnteses da escola privada e tambm desenvolvia suas ideias sobre a necessidade de democratizar o ensino. O substitutivo de Lacerda acabou sendo aprovado. Mas, no longo prazo, quem ganhou foi Florestan - suas ideias so, hoje, praticamente consenso entre os dirigentes da educao pblica.


Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931).
Teoria da Dependência



Desenvolvimento econômico e relações internacionais.


Países subdesenvolvidos devem se associar, buscando um caminho capitalista alternativo para o desenvolvimento, livrando-se da dependência das grandes potências.


Terceira via:
Era contrário às duas teorias antagônicas:

Socialismo radical: os países do terceiro mundo só se desenvolveriam se tivessem uma revolução socialista.
Socialismo moderado: os países subdesenvolvidos deveriam passar por uma revolução burguesa completa, como as ocorridas na Europa, nas quais a burguesia reivindicava uma estruturação da sociedade criando uma classe trabalhadora minimamente estruturada e consumidora.

Nenhuma dessas teorias seriam viáveis.
A radical romperia com as ligações econômicas mínimas, levando esses países ao ostracismo econômico e tecnológico, portando a uma grave crise. Vide o exemplo da Coréia do Norte.

A via moderada também é insuficiente, pois por mais que se invista na classe trabalhadora a riqueza do país não cresceria num ritmo capaz de promover o bem estar a todos. A economia desses país é demasiadamente dependente da dos países ricos e, portanto, sua balança comercial extremamente desfavorável, o que impede a construção de uma moeda estável e causa e constante evasão de divisas. Outro ponto é que a burguesia desses países, produtora de matéria prima, não depende da classe proletária de seu país, vivem da exportação para países ricos. Sendo assim, não há mercado interno, a economia desses países depende exclusivamente do mercado externo. Outro ponto é que as indústrias nacionais dos países subdesenvolvidos, inseridos na economia global, não resistiria a entrada de produtos importados, sempre na vanguarda tecnológica, melhores e mais baratos. Nesse panorama o Brasil depende da estrutura colonial, agro exportadora, controlada pelo latifúndio. Seu papel no cenário econômico é o de inexorável produtor de matéria-prima.

A terceira via: a criação de blocos econômicos dentro dos quais os países pobres se associem fomentando suas indústrias, gerando emprego para sua classe trabalhadora e favorecendo suas indústrias. Essa terceira via evita que a economia global “ataque” a economia doméstica sem isolá-la do mundo. Dentro desses blocos os países pobres favoreceriam a circulação de seus produtos em detrimento de produtos importados de fora do bloco. Assim, a revolução burguesa se completaria, criando uma classe operariada minimamente próspera e consumidora, juntamente com uma burguesia que viva desse novo mercado interno.

O marxismo e a teoria da modernização cederam lugar à economia neoclássica, ao neoinstitucionalismo histórico.  

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