segunda-feira, 7 de outubro de 2013

René Descartes - Filosofia Moderna.


Tópicos sobre Descartes:

Divisor da filosofia.

Filosofia Medieval (TEOLOGIA)                    Filosofia Moderna
               METAFÍSICA                                                                                   RAZÃO

       Toda teoria que não passe pelo método racional é considerada metafísica. Ou seja, é uma teoria que não pode ser provada racionalmente, que não existe de fato.
      
       TEORIAS A PRIORI E A POSTERIORI.
        Toda teoria é apresentada em termos a priori (a princípio), ou seja, não submetida ao método racional e portando sendo apenas especulação. Após ser criticada e comprovada cientificamente esta mesma teoria passa a ser considerada como a posteriori (posterior à crítica). 

RACIONALISMO (IDEALISMO CRÍTICO)
        Negação da verdade empírica, da "realidade" advinda pelos sentidos. As impressões sensoriais, ou dos sentidos (o que vemos, tocamos etc) podem ser falsas, podem nos enganar. 
    Somente a razão (idéia racional) é incontestavelmente verdadeira.  
     

PRINCÍPIO DA DÚVIDA     
        Todo pensamento, para ser considerado verdadeiro deve ser contestado, duvidado e analisado matematicamente.
           Esse duvidar se dá mediante a crítica do argumento.

OS TRÊS ARGUMENTOS

ARGUMENTO DOS SENTIDOS: Nossos sentidos nos enganam. Aquilo que nosso aparelho cognitivo entende como realidade pode ser uma ilusão, uma miragem, uma sensação falsa, um sonho.


ARGUMENTO DO SONHO: A maior parte do tempo, ou a maioria das pessoas, estão sonhando. Um sonho acordado no qual nos enganamos e tomamos por verdadeiros falsas impressões, as impressões dos sentidos. A única saída para escaparmos à tal ilusão é a razão. Pode-se iludir com a visão, vendo um arco-íris, confundindo uma ação má por boa, um veneno por remédio, o sofrimento pela cura, pode-se realmente sonhar que está voando, mas não se pode sonhar que o resultado da operação 2+2 seja outro que não 4. Não se sonha com a razão. 
           Ao se sonhar podemos nos convencer absolutamente de que se pode voar, ou como por muito tempo se pensou que a força era a razão dos corpos entrarem em movimento. Mas se somarmos 2+2 e o resultado for 5 saberemos estar sonhando. 
           A partir desse exemplo simples podemos ampliar o raciocínio e estabelecer que um problema de saúde aparentemente simples, uma dor de cabeça, se submetido ao crivo da razão, por um médico, pode se apresentar na realidade como sendo um problema de fígado, tendo uma cura bem mais complexa do que o simples ministrar de um analgésico.

ARGUMENTO DO DEUS ENGANADOR OU GÊNIO MALIGNO: É possível que um gênio, alguém dotado de tal habilidade retórica, possa transformar uma sentença falsa, metafísica, uma verdade racional, ou matemática. 
        Einstein chegou a elaborar um cálculo que provava a existência do éter (substância que preenchia o espaço sideral). Imediatamente ele mesmo contrariou tal teoria. Hoje a ciência provou que tal teoria era falsa.


MÉTODO CARTESIANO: 

Descartes desenvolveu o método científico moderno, que consiste em quatro etapas.

1ª OBSERVAÇÃO: verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada;

2ª ANÁLISE RACIONAL: dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples;

3ª SINTETIZAR: agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro;

4ª ENUMERAR: enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.


        Dentro desse método científico insere-se, portanto, o modelo clássico de produção científica dividido em três fazes:

OBSERVAÇÃO: observa-se o fenômeno a ser estudado, após se ter certeza de este realmente ocorra. Para isso, a hipótese da existência do fenômeno será submetida ao método acima demonstrado.

RACIONALIZAÇÃO: o fenômeno será traduzido num discurso racional, submetido a cálculos matemáticos e teorizado. Assim, ter-se-á certeza de que não se trata de um fenômeno metafísico. 
        Um exemplo disso é o caso do "fogo fátuo", que diante do pensamento comum e corrente o fenômeno da "língua" de fogo que subitamente perseguia transeuntes em meio a floresta, ou dentro de cemitérios, era chamado de "Mula sem cabeça", ou no Brasil de "Mboitata", a serpente de fogo. Fato, o fenômeno incandescente existia, mas seria ele uma criatura racional a perseguir transeuntes? O método científico descobriu que se tratava de um rastro de chama produzida por metano de corpos em decomposição, atraído pelo vácuo deixado por quem passava pelo local do vazamento.

EXPERIMENTAÇÃO: o fenômeno deve ser passível de ser reproduzido, do contrário algo estaria errado, ou os cálculos, ou a teoria em si, ou o que se observara era mera ilusão dos sentidos.
        Um exemplo disso foi o lento processo que levou cientistas na primeira metade do século XX a perceberem que a melhora milagrosa causado pela ministração de penicilina pura em animais era na realidade um veneno que gerava superbactérias indestrutíveis. Ou seja, o que se observou ao longo de anos de experimentação do uso indiscriminado de penicilina foi o erro na teoria que ela eliminava absolutamente todos os parasitas do organismo humano dando-lhe saúde absoluta.


        O racionalismo é contraposto por outros pensadores que defendem o empirismo como a fonte segura de se conhecer a verdade, como David Rume.   

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