Apesar de não ser sociólogo, Caio Prado pensou, também, sobre a situação social em que se encontrava.
O primeiro a
nacionalizar o marxismo.
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Foi o primeiro a usar o método marxista do
materialismo histórico para analisar a condição brasileira.
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Não vê o marxismo como um conjunto de fórmulas
prontas com uma validade universal, mas o vê muito mais como uma abordagem.
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Lida com fatos em termos de relações, processos
e estruturas, localiza e explica desigualdades, diversidadese contradições
sociais.
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Sua "redescoberta do Brasil" foi mais
radical do que a de Gilberto Freyre e a de Sérgio Buarque de Holanda. Ele
representaria o "Bem", ao lado de S. B. de Holanda, contra o
"Mal", representado por Gilberto Freyre, na análise comparativa feita
pelos historiadores paulistas.
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"Redescobrir o Brasil" significa ver
que ao lado da elite existe a grande massa da população brasileira e, nesta
"face oculta", reside o verdadeiro Brasil.
Além da entrada na 2ª Guerra Mundial e a ditadura do Estado Novo, de Vargas, a realidade socioeconômica era:
- Industrialização lenta e pouco desenvolvida.
- sociedade ainda ruralizada.
- atraso na educação.
- fortes traços herdados da colônia.
Ao lançar o
seu livro Formação do Brasil
Contemporâneo (1942), Caio Prado Júnior
tentou responder a uma pergunta muito comum da época: por que o Brasil se
encontrava daquela forma, sem força econômica e sem uma boa qualidade de vida?
Causas do não desenvolvimento brasileiro:
Para o autor, o não
desenvolvimento brasileiro fazia parte de sua formação colonial; por três
séculos, o País foi alvo de exploração portuguesa. As riquezas e os recursos brasileiros
não ficavam aqui, eram captados pela metrópole e levados à Europa, "para fornecer tabaco, açúcar, alguns
outros gêneros; mais tarde, ouros e diamantes; depois, algodão, e em seguida
café, para o comércio europeu"
"uma síntese do Brasil que
saía, já formado e constituído, dos três séculos de evolução colonial".
óptica econômica
o Brasil faz parte de um
empreendimento maior - o contexto da expansão marítima portuguesa
o desenvolvimento da colônia
(povoamento, atividades comerciais, agricultura) atendeu aos interesses da
métrópole (Portugal).
o Brasil só se constitui "para
fornecer tabaco, açúcar, alguns outros gêneros; mais tarde, ouros e diamantes;
depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu".
Balanço negativos dos três séculos da colonização:
Tratou-se somente de uma "exploração
extensiva e simplesmente especuladora, instável no tempo e no espaço, dos
recursos naturais do país".
vasta empresa comercial,
destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito
do comércio europeu.
Formação econômica do povo brasileiro:
Se constitui para trabalhar a
baixo custo para fornecer matéria prima para a metrópole.
Um povo que não precisa estudar,
pensar nem enrriquecer.
Continuidade de sentido entre o
passado colonial e o tempo contemporâneo.
Sentido histórico do Brasil: a
produção de capital externo.
Todas as modificações pelas quais
o Brasil passara até a década de 1940 e estava passando eram superficiais.
Jamais abandonou sua posição de
colônia.