Delmo Mattos da Silva
Universidade Salgado de Oliveira, Brasil
Pela interpretação tradicional da História da Filosofia, somos persuadidos a crer que a Filosofia emerge entre os Gregos por uma ruptura com o Mito. Não havendo, por assim dizer, uma continuidade dessa forma de se entender a realidade com o afloramento de uma nova atitude frente à realidade puramente racional inaugurada pelos Gregos. Entretanto, existem inúmeras controvérsias quanto a essa interpretação, o que nos leva a crer, por vários motivos, que há evidencias que nos levariam a aceitar uma continuidade significativa do discurso Mítico no interior da Filosofia nascente, e abandonar a difundida tese do "Milagre Grego". (O "Milagre grego" em nada se aproxima do Mito, são visões totalmente divergentes da realidade, de modo que o acontecimento da filosofia deixa transparecer o testemunho de uma mutação no pensamento.)
Não é fácil, contudo, traçar com precisão uma "fronteira temporal", parafraseando Jaeger, que pudesse nos evidenciar o momento exato de que não mais estaríamos a falar do Mito, mas sim do pensamento racional. Este, porém, seria o sinal para aceitarmos uma provável "conexão orgânica" (continuidade) entre esses dois modos de conhecer a realidade. Contudo, não nos é fácil aceitar de antemão tal evidência, pois sabemos que existem diferenças fundamentais entre Mito (Mythos) e Filosofia (logos). Características que levaram, de fato, os intérpretes da História da Filosofia a sustentarem a tese da descontinuidade entre Mito e Filosofia. Sabemos que a constituição Mitológica, como forma de se entender a realidade, estava enraizada no interior da sociedade grega tão profundamente, que seria até obvio que houvesse uma persistência e confluência na fase inicial da Filosofia. Atentemos neste momento, em definir o que era o Mito e qual a sua função na sociedade grega. O Mito, enquanto uma narrativa, corresponde à primeira forma de se pensar o real, ou de representá-lo. Neste caso encontramos uma explicação ou um relato de um acontecimento que teve um lugar no tempo primordial de modo que institui um começo ou uma origem para tal acontecimento. Na verdade, o Mito narra como, graças aos feitos de personagens sobrenaturais, uma realidade veio a existir efetivamente, seja a realidade na sua totalidade — o Cosmos, ou apenas um fragmento dessa realidade. Assim dentro da sociedade grega o Mito destina-se a satisfazer uma curiosidade, que não é científica, de fazer reviver uma realidade original, e, sobretudo, responde a uma profunda necessidade religiosa às aspirações morais, restrições e imperativos de ordem puramente social. O pensamento Mítico guarda em si diferenças que não são acompanhadas pela tradição racional do pensamento — por esse motivo uma leitura filosófica renuncia de bom grado a explicação do Mito. Porém, há um ponto de convergência bastante interessante: o fato de que o Mito se comporta, apesar de suas peculiaridades, como uma explicação simbólica sobre a origem. Esse ponto é fundamental para os intérpretes que procuram um ponto de conexão entre o pensamento Mítico e o racional: A questão da origem. A questão da origem nos remete ao fundamento de algo, daquilo que brota e emerge esse algo. Na verdade, tanto o Mito quanto a Filosofia asseguram para si uma explicação sobre a origem do Universo. Guardada as devidas proporções tanto o Mito quanto a Filosofia possuíam a mesma preocupação sendo que explicada de maneiras diferenciadas.
Universidade Salgado de Oliveira, Brasil
Pela interpretação tradicional da História da Filosofia, somos persuadidos a crer que a Filosofia emerge entre os Gregos por uma ruptura com o Mito. Não havendo, por assim dizer, uma continuidade dessa forma de se entender a realidade com o afloramento de uma nova atitude frente à realidade puramente racional inaugurada pelos Gregos. Entretanto, existem inúmeras controvérsias quanto a essa interpretação, o que nos leva a crer, por vários motivos, que há evidencias que nos levariam a aceitar uma continuidade significativa do discurso Mítico no interior da Filosofia nascente, e abandonar a difundida tese do "Milagre Grego". (O "Milagre grego" em nada se aproxima do Mito, são visões totalmente divergentes da realidade, de modo que o acontecimento da filosofia deixa transparecer o testemunho de uma mutação no pensamento.)
Não é fácil, contudo, traçar com precisão uma "fronteira temporal", parafraseando Jaeger, que pudesse nos evidenciar o momento exato de que não mais estaríamos a falar do Mito, mas sim do pensamento racional. Este, porém, seria o sinal para aceitarmos uma provável "conexão orgânica" (continuidade) entre esses dois modos de conhecer a realidade. Contudo, não nos é fácil aceitar de antemão tal evidência, pois sabemos que existem diferenças fundamentais entre Mito (Mythos) e Filosofia (logos). Características que levaram, de fato, os intérpretes da História da Filosofia a sustentarem a tese da descontinuidade entre Mito e Filosofia. Sabemos que a constituição Mitológica, como forma de se entender a realidade, estava enraizada no interior da sociedade grega tão profundamente, que seria até obvio que houvesse uma persistência e confluência na fase inicial da Filosofia. Atentemos neste momento, em definir o que era o Mito e qual a sua função na sociedade grega. O Mito, enquanto uma narrativa, corresponde à primeira forma de se pensar o real, ou de representá-lo. Neste caso encontramos uma explicação ou um relato de um acontecimento que teve um lugar no tempo primordial de modo que institui um começo ou uma origem para tal acontecimento. Na verdade, o Mito narra como, graças aos feitos de personagens sobrenaturais, uma realidade veio a existir efetivamente, seja a realidade na sua totalidade — o Cosmos, ou apenas um fragmento dessa realidade. Assim dentro da sociedade grega o Mito destina-se a satisfazer uma curiosidade, que não é científica, de fazer reviver uma realidade original, e, sobretudo, responde a uma profunda necessidade religiosa às aspirações morais, restrições e imperativos de ordem puramente social. O pensamento Mítico guarda em si diferenças que não são acompanhadas pela tradição racional do pensamento — por esse motivo uma leitura filosófica renuncia de bom grado a explicação do Mito. Porém, há um ponto de convergência bastante interessante: o fato de que o Mito se comporta, apesar de suas peculiaridades, como uma explicação simbólica sobre a origem. Esse ponto é fundamental para os intérpretes que procuram um ponto de conexão entre o pensamento Mítico e o racional: A questão da origem. A questão da origem nos remete ao fundamento de algo, daquilo que brota e emerge esse algo. Na verdade, tanto o Mito quanto a Filosofia asseguram para si uma explicação sobre a origem do Universo. Guardada as devidas proporções tanto o Mito quanto a Filosofia possuíam a mesma preocupação sendo que explicada de maneiras diferenciadas.
Tarefa:
Os alunos do terceiro ano deverão encamihar um texto explicando sua visão sobre a relação entre mito e filosofia. Se concorda que a filosofia seja uma continuação do mito ou, se o contrário, se o pensamento filosófico deriva harmoniosamente do mito, sendo uma continuidade.
Seus textos deverão tem um mínimo de dez linhas.
A resposta deverá estar em arquivo doc, ou docx, com a formatação de página padrão do word (margem normal 2,5cm por 3 cm), e deverão ser encaminhadas em anexo para o e-mail do professor. No assunto da mensagem deverá constar a matéria (Filosofia ou Sociologia) o nome do aluno e a série.
Os alunos do terceiro ano deverão encamihar um texto explicando sua visão sobre a relação entre mito e filosofia. Se concorda que a filosofia seja uma continuação do mito ou, se o contrário, se o pensamento filosófico deriva harmoniosamente do mito, sendo uma continuidade.
Seus textos deverão tem um mínimo de dez linhas.
A resposta deverá estar em arquivo doc, ou docx, com a formatação de página padrão do word (margem normal 2,5cm por 3 cm), e deverão ser encaminhadas em anexo para o e-mail do professor. No assunto da mensagem deverá constar a matéria (Filosofia ou Sociologia) o nome do aluno e a série.